Transando com Baratas
As
lagrimas umedeciam seu travesseiro.
Podia
se ver em teu rosto a expressão de uma criança com medo,
Ou
talvez a simples face do fracasso.
Enquanto
dormia aquele sono,
Na
esperança que tudo mudasse ao acordar,
As
baratas caminhavam por seu corpo.
Deixavam
rastros
Deixavam
gostos
E as
baratas entravam em sua boca
Entravam
e saiam
Desciam
caminhando, a procura de um calor no ventre.
Caminhavam,
caminhavas,
Brindavam
todo corpo com o toque de suas patinhas asquerosas
Seu
corpo permanecia imóvel
Seus
olhos se abriram
Sentia
todos aqueles passos, pequeninos passos,
Por
sobre teu corpo
Mas
não se movia, apenas sentia.
Como
se fosse tocado no intimo da alma, apenas sentia.
Seus
olhos giravam e giravam
O
corpo ainda imóvel
Ouvia
tua própria respiração e teus batimentos cardíacos
Acompanhados
pelo som das minúsculas patinhas
Na
boca o entre sai das baratas parecia um beijo estranho
Estranho,
porem lascivo.
E
remexiam teu ventre
Como
se de fato o acariciassem
Sentiu-se
teso afinal
Como
se tudo não passasse de um louco sexo com baratas
Uma
insetofilia ou apenas uma fantasia
Sexo
com baratas, ele pensava, sexo com baratas.
Por
fim, já estava em gozo.
Cerrou
sua boca
Fazendo-se
ouvir o estalar de uma barata que estourara ao golpe dos dentes
Levantou-se
retirando aqueles pequenos insetos de seu teu corpo teso
Tirou
por fim toda sua roupa
Estava
nu, teso.
Levantou
caminhou ate o banheiro
Lavou
teu corpo, lavou teu gozo.
Olhou-se
no espelho e pensou
Afinal
qual a origem de tal devaneio
Seria
tua paixão infantil por baratas
Ou
ter lido alguns dias antes o livro “metamorfose”
Afinal,
foi sonho, fantasia ou real?
Não
se sabe, sabe-se apenas
De
teu corpo nu, molhado e teso se olhando no espelho.
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